domingo, 5 de janeiro de 2014

Feijão: campeão em SP e novo número 1

A semana que esteve a uma bola de terminar de forma precoce e frustrante chega ao fim como “a-melhor-primeira-semana” da carreira de João Souza, o Feijão. Depois de salvar quatro match points na primeira rodada, o paulista de 25 anos comemorou na manhã deste domingo o inédito título do Aberto de São Paulo. A vitória sobre o colombiano Alejandro Gonzalez, por duplo 6/4, renderá um salto significativo no ranking.

Nesta segunda-feira, Feijão desbancará Thomaz Bellucci como novo número 1 do país. Atual 140º do mundo, ele deve aparecer no 116º posto. O paulista defendida 45 pontos pelas semifinais em 2013. Com o título, somou 80. Seu próximo desafio será o qualifying do Australian Open, ainda esta semana. Na bagagem, Feijão levará uma boa dose de confiança e desgaste. Bellucci e o gaúcho André Ghem serão os outros dois brasileiros em busca de uma vaga na chave principal do primeiro Grand Slam da temporada.

Na final deste domingo, nenhum dos dois jogou o melhor tênis da semana. O primeiro set de altos e baixos acabou beneficiando quem menos errou. Apesar de ceder uma quebra, Feijão superou o serviço do adversário duas vezes e, no 5/4, sacou para fechar a parcial. Uma quebra no terceiro game do segundo set encaminhou a vitória. Com 5/4 a favor, o brasileiro ainda precisou salvar dois break points no último game. Uma pitada de emoção para coroar a conquista.

Feijão repetiu o enredo do seu último título. Em outubro do ano passado, ele quebrou o jejum de um ano sem conquistas justamente com um triunfo sobre o amigo Gonzalez, no challenger de Rio Preto. Cabeça de chave número 2 do Aberto de São Paulo e 91º do ranking, o colombiano dividiu moradia com Feijão durante um ano e meio no Rio de Janeiro. Um dos favoritos ao título, ele chegou à decisão sem ceder um único set. O brasileiro viu a eliminação de perto na estreia diante do americano Daniel Kosakowski (591º), quando precisou salvar quatro match points para sobreviver.

O título em São Paulo é o sétimo de nível challenger na carreira de Feijão. Fora do top 100 desde abril de 2012, o paulista tenta superar o melhor ranking da carreira, 84º, alcançado em dezembro de 2011. Nas quadras do Parque Villa-Lobos, ele fez jus à condição de brasileiro melhor ranqueado na chave. A vitória sobre o argentino Guido Pella (116º), na semifinal, em sets diretos, também merece destaque.

“Esse torneio só vai me dar força para o resto do ano. Nada melhor que começar o ano com um título de US$ 125 dentro de casa”, afirmou, minimizando a questão do número 1 do país. “Isso é mais uma questão de número mesmo. Bellucci ocupou esse posto nos últimos anos, e é só uma questão de tempo para ele voltar aos seus melhores dias. Agora, sem dúvida, é algo que me dá mais força e confiança. Acho que o Brasil tem tudo para fazer um bom ano. Não só eu, como o Bellucci, o Rogerinho…”, afirmou o campeão. Questionado sobre a amizade com Gonzalez, Feijão foi claro: “Ela fica do lado de fora da quadra”. O paulista agradeceu o apoio da torcida, sempre pulsante debaixo de um sol escaldante.

O jogo

A partida se manteve igual até o sexto game. Quando sacou em 2/3, Feijão precisou salvar três break points para manter o serviço. Cheio de confiança, conseguiu quebrar o adversário pela primeira vez no game seguinte, mas deixou escapar a vantagem. Quebrado de volta, o brasileiro voltou a superar o serviço de Gonzalez logo em seguida. Com 5/4, restou confirmar o saque para vencer a primeira parcial, em que o colombiana teve apenas 48% de aproveitamento no primeiro serviço contra 72% do paulista.

O segundo set começou a ser decidido no terceiro game. Outra vez, Feijão quebrou o serviço do colombiano, que só voltou a ameaçar no último game. Quando o brasileiro mostrou por que mereceu tanto a conquista. Frio, o novo número 1 do país ignorou a pressão diante de dois break points. No último ponto, arriscou um saque-voleio e viu a bola sair na devolução de Gonzalez. Estirado no chão, Feijão os braços e o sorriso.
 
 
Rede Tênis

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