Em 2008, Gustavo Kuerten anunciava sua aposentadoria do tênis após ser eliminado na estreia do Brasil Open pelo argentino Carlos Berlocq. Antes disto, já havia conquistado o torneio - disputado na Costa do Sauipe (Bahia) - em duas oportunidades (2002 e 2004). Seis anos depois e já longe das quadras, o maior tenista brasileiro da história vê o País receber uma competição de nível 500 da ATP (Aberto do Rio), com a presença do atual número um do mundo, Rafael Nadal. E em entrevista coletiva concedida na capital carioca na última quarta-feira, Guga exaltou o Touro Miúra, elogiou a organização do Rio Open e aproveitou para criticar a realização da Copa do Mundo de 2014.
O ex-tenista desembarcou no Rio de Janeiro na quarta-feira e ficou deslumbrado com a estrutura montada no Jockey Club Brasileiro. Ele até revelou o desejo de entrar em quadra para disputar uma partida com aquele que superou seus feitos conquistados no saibro de Roland Garros. "Quando eu saí do estacionamento daqui e olhei para o Cristo, a vontade que deu pra jogar aqui no Rio... ainda mais se tivesse Nadal na minha época, para jogar contra ele.... Isso é incrível. Estou chegando agora, mas pela televisão está bacana, muito bonito", elogiou Guga.
Ele também comentou sobre as impressões tidas das quadras do complexo montado no Jockey Club, e defendeu que os tenistas exponham suas opiniões para a melhoria do torneio. "O (David) Ferrer me comentou que a quadra está com muito pó no fundo, mas acho válidas essas opiniões dos tenistas. Vejo que as requisições estão num padrão bem abaixo do que estamos acostumados no dia-a-dia. É simples, cuida da quadra aqui e ali. O torneio tende a ser muito bem visto pelos jogadores. O Rio por si só é atraente e agora é fazer o dever de casa", acrescentou.
Gustavo Kuerten garantiu que permanecerá na capital carioca até o fim do torneio e que será o responsável por entregar a taça ao campeão, no próximo domingo. O favorito, sem dúvidas, é Rafael Nadal, atual líder do ranking da ATP e que, no ano passado, faturou o octacampeonato de Roland Garros, principal torneio de saibro do planeta. Guga, que foi tri em solo francês, não se segurou ao exaltar a qualidade do Touro Miúra.
"O que eu vi o Nadal fazer no ano passado é um exemplo de primeira categoria. Nunca vi algo parecido, nesse tipo de performance. O Nadal tem uma evolução que a gente não consegue compreender, é impressionante. A gente tem que sugar o máximo possível dele. É uma oportunidade única, que a gente não sabe quando vai voltar a acontecer", disse.
Para finalizar, Guga mostrou não ter papas na língua e aproveitou para criticar a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. "A Copa vai ser em dois meses, tem um potencial de contagiar as pessoas, e vai terminar. Não consigo enxergar grandes benefícios além de uma atenção pontual. Hoje é uma sensação frustrante essa realização da Copa do Mundo. Vai ser incrível, é especial, mas não sei se a Fifa já viveu uma situação tão constrangedora. É inadmissível essa distância entre a nossa realidade e o que vai acontecer em dois meses", decretou Gustavo Kuerten, eterno número um do tênis brasileiro.
Gazeta Press
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