Nesta sexta-feira, o mundo do futebol foi informado que Tito Vilanova deixaria o comando técnico do Barcelona para se dedicar 100% ao tratamento de sua doença. A notícia veio após uma segunda recaída do câncer na glândula parótida, forçando o espanhol a abandonar o barco catalão e focar na guerra mais difícil de sua carreira. Fica aqui a torcida para sua recuperação e que ele possa sair vencedor desta dura batalha.
Nascido na Catalunha, Tito jogou futebol profissional entre 1988 e 2002, mas nunca chegou a se destacar como meio-campo. Após a sua aposentadoria, seguiu trabalhando no futebol e logo começou a sua parceria com Guardiola, seu amigo de longa data.
Em 2007, a dupla assumiu o comando do Barcelona B, com Tito sendo auxiliar técnico de Pep. Um ano depois, Frank Rijkaard foi demitido e os dois acabaram promovidos para o time principal. Era o início da época mais gloriosa da história dos culés.
Com um estilo de jogo que abusava da posse de bola, o Barça logo se tornou referência de bom futebol. Liderados pela dupla fora do gramado e por Xavi, Iniesta e Messi dentro dele, os catalães conquistaram tudo que era possível entre 2008 e 2012, para desespero dos torcedores do Real Madrid.
Ao fim da temporada de 2012, Guardilola informou que queria passar um tempo afastado do esporte e deixou a equipe. A diretoria não teve duvidas e decidiu que Vilanova era o nome ideal para seguir o trabalho deixado por Pep. E assim foi feito.
Porém, o espanhol mostrou que ainda não estava preparado para assumir a função e acabou pecando em algumas oportunidades. Prova disso foram as competições eliminatórias. Na Copa do Rei, o Real Madrid de Mourinho foi o responsável pela eliminação dos blaugranas nas semifinais, com empate em 1x1 no Santiago Bernabéu e vitória por 3x1 em pleno Camp Nou.
Na Liga dos Campeões, susto logo nas oitavas de final. Com o Milan pela frente, derrota por 2x0, em Milão. Na volta, a melhor atuação da equipe no comando de Tito e uma goleada por 4x0 para carimbar a vaga. O PSG foi o adversário na fase seguinte. Após 2x2 em Paris, um magro 1x0 garantiu os espanhóis na semifinal, graças ao gol de Messi, que entrou no sacrifício para ajudar seus companheiros.
Mas o pior ainda estava a caminho. Nas semifinais, o Bayern de Munique mostrou que estava muito mais entrosado e engoliu taticamente a equipe de Vilanova, com direito a dois bailes dentro de campo. Na Alemanha, 4x0 para os bávaros, com Messi quase nulo. Na Espanha, novamente os alemães sobraram e venceram por 3x0. Após anos no topo do mundo, o gigante era eliminado com um sonoro agregado de 7x0.
O fim da temporada marcou o único título de Vilanova como treinador. Após início arrasador, o Barcelona foi campeão espanhol com sobras, chegando a incrível marca de 100 pontos. Um prêmio de consolação para uma equipe com muitos problemas.
Apesar de muito querido por torcida e diretoria, Tito Vilanova não deve deixar muitas saudades pelo trabalho que realizou no clube. Ficou claro que ele não estava pronto para momentos críticos. Fora isso, a sombra de Guardiola parece ter pesado e ele não conseguiu desenvolver uma filosofia própria de jogo.
A diretoria prometeu que semana que vem divulgará o nome do escolhido para substituir Vilanova. Enquanto isso, o auxiliar Joan Francesc Ferrer, conhecido como Rubi, comandará a pré-temporada. André Villas Boas, Marcelo Bielsa e Luis Enrique são os favoritos para o cargo.
EI
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