segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Cem anos de Santa Cruz: dificuldade, superação e muitas glórias

Foto: Esporte Interativo
O que dizer quando um clube chega aos cem anos? É difícil expressar os sentimentos, escolher as palavras e encaixar os parágrafos com tanta coisa passando pela mente. O Santa Cruz Futebol Clube, que surgiu inglês no nome, era mais um dos 'Football Clubs', nesta segunda-feira (3) chega ao ápice de sua história no melhor estilo Coral de ser: com as palavras 'dificuldade' e 'superação' em destaque.

O porquê do 'Clube do Povo'

Todo bom Tricolor sabe que o Santa nasceu de onze garotos que jogavam bola no pátio da igreja de Santa Cruz, no bairro da Boa Vista. Um time de futebol formado, em sua maioria, por pessoas de classe média ou baixa, o primeiro da época a aceitar negros dentro de campo e nas arquibancadas, coisa de clube mais querido mesmo. Tanto que o primeiro escudo, foi desenho de Teófilo Batista de Carvalho, conhecido como 'Lacraia', o primeiro jogador negro da história coral.

E as cores? Afinal, poucos podem saber, mas o Tricolor nasceu alvinegro. O vermelho só foi incrementado por conta de uma decisão da Liga Sportiva Pernambucana, atual FPF, de que apenas um time poderia jogar com tais cores (branco e preto). Em sorteio, o Flamengo-PE venceu e permaneceu com o uniforme regular, já o Santa adicionou o vermelho que vem bem a calhar na mensagem que o clube passava de união das raças.

O maior patrimônio, a torcida

Um time que surge de alguns garotos com idades entre, 14 e 16 anos, que tem por objetivo a inclusão social e que estreia massacrando adversários, só poderia cair nas graças da população recifense. Já em 1915, o Tricolor tinha uma mania que hoje todos sabem bem qual é, a de lotar arquibancadas. Mesmo sem tantos lugares quanto o Arruda, os campos onde os meninos jogavam eram palcos de grandes públicos para a época.

Ao longo de sua história, a torcida é sempre personagem principal. Nos jogos decisivos, nos momentos de dificuldades, até na hora de levantar o estádio do chão, as campanhas para doações de material e o trabalho voluntário eram o principal motor que movia o Santa Cruz. Se hoje o torcedor coral é quem sustenta o clube, nos cem anos a coisa vai além, o torcedor coral é o clube!

História de Glórias

Como todo grande clube, o Santa Cruz precisou somar vitórias e conquistas para alcançar o respeito no cenário nacional. Em Pernambuco, os 27 títulos estaduais, sendo deles, três supercampeonatos, mostraram que o Tricolor não estava para brincadeira. Tanto que nos últimos três anos está reinando absoluto no estado. Três títulos consecutivos diante do principal rival, o Sport.

Mas não para por aí, é preciso ver que o Tricolor é um dos poucos clubes brasileiros com grandes feitos além das fronteiras. O título honroso de Fita Azul do Brasil em 1980, se refere a uma excursão por Europa e Ásia contra clubes e seleções, onde o Santa voltou para casa sem perder uma partida sequer. E o que falar de um clube que passa por cima da seleção mais vitoriosa de todos os tempos? A Cobra Coral já soltou veneno em várias seleções, inclusive a Canarinha.

Não bastassem tantos feitos, ainda tem as grandes campanhas no Brasil. Em 1975 uma semifinal de Campeonato Nacional mostrou que o Santa Cruz não era mais um clube, e sim, mais um gigante. Nem mesmo o pior momento, alternando anos nas Séries C e D, tomou a glória deste clube centenário que foi campeão da Terceirona em 2013, feito elogiado nos quatros cantos do país.

Se não for difícil, não é Santa Cruz

A frase acima, tão famosa quanto as palavras proferidas por Alexandre de Carvalho: "O Santa Cruz nasceu e vai viver eternamente", representa bem o que é esse clube em seu total. Da fundação às glórias, do topo ao fundo, do fundo ao topo, nada, repito, nada vem fácil quando se trata do Tricolor do Arruda. Nem títulos, nem vitórias, nem mesmo gols. Com o Santa Cruz a palavra 'superação' já não é utilizada em momentos especiais, pois já faz parte do cotidiano.

E é assim que a história vem se repetindo por cem anos, até esta data memorável. Quando o Santa chega ao centenário, mais viva se tornam as palavras de Alexandre e tantos outros tricolores apaixonados. Afinal, quando um clube respira a torcida, como o Mais Querido o faz, não se dá crédito a um único personagem. São milhões de pessoas que, a cada dia, fazem sacrifícios e nos lembram o porquê deste clube ser tão especial. Parabéns, Santa Cruz! Parabéns, torcida tricolor!

Fonte: Esporte Interativo

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